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Inclusão e transformação social por meio do Jiu Jitsu

Equipe Toca dos Lobos, em Faria Lemos, trabalha com atletas especiais por meio das artes marciais

  1. Publicado em 12/11/2018
Inclusão e transformação social por meio do Jiu Jitsu Foto: Kévin Sganzerla

O esporte tem o expressivo poder de transformar a vida de uma criança. São inúmeros os exemplos que provam a diferença que a prática esportiva, seja qual for a modalidade, pode trazer à sociedade. E um desses belos exemplos situa-se em um galpão que estava inutilizado na comunidade de Faria Lemos, onde hoje, com alguns tatames, abriga aulas de Jiu Jitsu para 15 crianças, sendo quatro delas especiais.

A Toca dos Lobos, filial da Associação Bento-Gonçalvense de Jiu Jitsu (ACBJJ), está há um ano atendendo crianças de Faria Lemos e região, difundindo o esporte para os jovens. A equipe é comandada pelo profissional de Educação Física e experiente em artes marciais Silvio Rodrigues.

Na equipe, além de promover a transformação social por meio da modalidade, Silvio trabalha também com a inclusão social, atendendo quatro crianças com algum tipo de deficiência ou dificuldade mental ou motora. Dois desses atletas tomam remédios periodicamente para controle de hiperatividade, um é autista e outro possui paralisia cerebral, que afetou os membros superiores e inferiores do corpo.

Foto: Kévin Sganzerla

Dentre esses atletas está Kauã Batista Fedrigo (foto abaixo), morador da Linha Alcântara, o qual possui paralisia cerebral. Por meio do Jiu Jitsu, Kauã teve uma expressiva evolução, não só na parte motora, mas, sobretudo, em sua auto-estima. O sorriso de orelha a orelha ao conquistar a medalha de ouro no Campeonato Gaúcho de Jiu Jitsu é a grande prova desta transformação que a modalidade o proporcionou. “A felicidade dele não tem preço, é muita felicidade também para nós pais, e agora que ele ganhou a medalha de ouro, a felicidade é muito grande”, afirma o pai de Kauã, Alexandre Fedrigo.

Foto: Kévin Sganzerla

O jovem atleta também teve uma evolução em seus movimentos. A mãe, Janete do Nascimento Batista, afirma que Kauã evoluiu bastante na parte de cima do tronco, com o treinamentos que exigem força nos braços. Para ela, foi de grande surpresa ver a capacidade do filho em atuar na modalidade. “Ele (Silvio) começou a incentivar nosso filho e ele se adaptou bastante, gostou e, na verdade, foi até uma surpresa para nós como pai e mãe, não sabíamos da capacidade que ele teria”, afirma Janete.

Silvio Rodrigues, professor da equipe Toca dos Lobos/Foto: Kévin Sganzerla

O professor da equipe afirmou que a evolução foi muito expressiva de todos que começaram a participar das aulas, e que o Jiu Jitsu deu uma grande motivação aos jovens da região a praticar a modalidade. “Eles não tinham nenhuma opção de atividade,  então o Jiu Jitsu chegou para dar “up” neles. Eles estão evoluindo bastante. Muitos deles não conseguiam fazer nenhum movimento, nem dar uma cambalhota, não tinham uma boa coordenação motora. Agora estamos trabalhando nisso com o Jiu Jitsu, que é um esporte que você pode trabalhar com diversas partes do corpo, desde a cabeça, do pensamento, como agir, a questão da educação até a parte motora.”, afirma Silvio Rodrigues.

Na competição estadual, todos os atletas de Silvio, inclusive os quatro jovens que participaram da categoria de Jiu Jitsu Adaptado, conquistaram o título da etapa, levando para casa medalhas de ouro da competição.

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