O freio da equipe de Bento está quebrado, não para de conquistar títulos, e as outras equipes da competição tentam de tudo para deter o gigante Farrapos, mas mesmo dando tudo de suas forças, o indestrutível no final sempre sai comemorando mais um triunfo. Porém, este ano, os que buscaram interromper a preponderância do Farrapos dentro do estado estavam muito mais fortes, ou melhor dizendo, muito mais determinados e convictos a frear a sequência incrível de vitórias e títulos da equipe de Bento no Campeonato Gaúcho de Rugby, porém nada adiantou o sangue nos olhos dos adversários, pelo contrário, deixou a equipe ainda mais guerreira e, consequentemente, ainda mais evoluída. 

Nos últimos anos, nenhuma equipe conseguiu bater o Farrapos ou pelo menos chegar perto de derrotar a equipe de Bento. Porém este ano, o que era para atingir a marca de 50 jogos sem derrotas e sem empates no Gaúcho de Rugby, ou seja, 50 jogos comemorados no final, uma equipe quebrou o protocolo e impediu essa marca histórica acontecer, mostrando que as demais equipes estão evoluindo gradualmente, podendo um dia chegar a patamares mais altos. Ao contrário dos últimos anos, quando o Farrapos se tornou campeão com 100% de aproveitamento, em 2015, esse número foi quebrado, pela equipe do Charrua na 8ª rodada. Jogando em casa, em um jogo marcado por viradas, no final a equipe de Porto Alegre fez o crime, empatando a partida em 20 a 20 e impedindo a marca histórica do Farrapos, o qual estacionou nas 49 vitórias seguidas. Mesmo que no final da competição, o Farrapos viu a sua liderança do segundo turno ficar comprometida, a equipe batalhou e venceu todas as partidas seguintes para assim, ser campeão do segundo turno e, consequentemente ser Hexacampeão gaúcho, já que o Farrapos já havia conquistado também o primeiro turno. 

Desde o primeiro jogo,o qual o Farrapos derrotou o Centauros por 55 a 7, previa-se novamente a mesma história: Farrapos campeão. Isso de fato aconteceu, mas durante a competição, notou-se dois pontos positivos em duas visões diferentes. A primeira pelo lado do Farrapos, o qual mostrou estabilidade mesmo tendo dificuldades, tanto tratando-se de desfalques quanto de adversários mais contundentes, portanto, exigindo ainda mais dos atletas. Com essa exigência, o Farrapos cresceu em qualidade e técnica, além do espírito guerreiro e batalhador da equipe, proporcionando uma elevada evolução nos trabalhos realizados. O outro ponto positivo foi o crescimento das outras equipes na competição, a exemplo do Serra e do Charrua, os quais fizeram uma grande campanha dentro da competição, obviamente, de acordo com suas limitações. Isso mostra que o rugby gaúcho pode crescer ainda mais, podendo ter num futuro próximo, mais equipes do Rio grande do Sul no campeonato brasileiro de rugby.

Agora, o foco dos atletas estará inteiramente voltado para a maior competição de rugby no Brasil, o Super 8, que por ter atualmente oito equipes, deixa a competição ainda mais disputada. Portanto, o Farrapos terá grandes obstáculos para almejar algo a mais na competição nacional, porém, se continuar evoluindo a cada campeonato, como aconteceu nas últimas competições, a equipe de Bento poderá sim, lutar pelo título. No ano passado, o Coritiba Rugby se tornou pela primeira vez campeão do campeonato brasileiro, realizando uma campanha impecável. Um aviso para as outras equipes que também não foram campeãs que pode-se sim parar os gigantes. Talvez esse ano, poderemos ter a mesma cena repetida - uma equipe pela primeira vez campeã do Brasileiro de Rugby - porém com outra equipe levantando a taça, no caso, o Farrapos, porque não?