A hegemonia no estado do Rio Grande do Sul continua em pé, porém as expectativas que o ano fosse cheio de conquistas e superações, acabaram com decepções e perdas. Mesmo assim, a campanha do Farrapos no Super 8 serviu de aprendizado para que nos próximos anos, a equipe consiga repetir as boas atuações novamente. Um ano ao mesmo tempo ótimo em certos aspectos e muito difícil em outros, mas que todas as dificuldades tiveram uma lição no final. 

O ano do Farrapos começou impecável, repetindo o ótimo começo dos anos anteriores. No Campeonato Gaúcho, a supremacia da equipe de Bento evoluiu cada vez mais. Sem perder nenhuma partida em toda a competição, a equipe do Farrapos se consagrou hexacampeão gaúcho, com uma campanha novamente brilhante, entretanto, só não foi perfeita como nos anos passados pelo simples motivo do Charrua ter arrancado um empate emocionante no Estádio da Montanha, um dos jogos memoráveis do ano. 

Porém, as dificuldades aumentaram radicalmente no Super 8. Com um número menor de equipes na disputa da competição nacional (passou do Super 10 para o Super 8 em 2015), o campeonato ficou muito mais equilibrado, do começo ao fim, dificultando a vida do Farrapos bem como de todos os clubes participantes. Mesmo assim, o Farrapos, comandado pelo técnico argentino Colo, começou satisfatoriamente a competição, derrotando fortes equipes como o São José dos Campos, clube o qual o Farrapos nunca havia derrotado, o Band Sarecens, o Pasteur e o Desterro. No entanto, depois de 4 vitórias seguidas, sua maior sequência de vitórias no Super 8, a equipe decaiu drasticamente, perdendo todos os últimos seis jogos da primeira fase da competição, terminando na 7ª colocação com 22 pontos, sendo obrigado a jogar uma repescagem com o Vice-campeão da Taça Tupi (equivalente a segunda divisão). 

Nesta repescagem, a equipe do Farrapos jogou com a equipe do San Diego de Porto Alegre para lutar pela sua permanência na elite do rugby brasileiro. Sem sustos e sem dificuldades, a equipe derrotou os adversários fora de casa pelo amplo placar de 43 a 0, se mantendo no Super 8 de 2016. Ainda no final do ano, a equipe de Bento se sagrou mais uma vez campeão do Circuito Gaúcho de Rugby Sevens, o quinto conquistado pelo clube até então.

Durante a disputa do Super 8, o jogador Lucas Mariuzza ficou impedido de prosseguir sua carreira no rugby após ser baleado no rosto em tentativa de latrocínio. Ele ficou internado no Hospital Tachinni desde o dia 19 de agosto, apresentando estado estável. Porém o atleta não resistiu e acabou falecendo no dia 4 de dezembro. Vários atletas e clubes de todo o Brasil se solidarizaram com a perda do jovem jogador do Farrapos pelas redes sociais. 

Um ano complicado tanto dentro como fora de campo. Porém, as dificuldades enfrentadas ao longo da competição serviram como experiência e aprendizado. Além disso, a evolução das categorias inferiores do clube estão sendo essenciais para o crescimento do Farrapos, já que muitos dos atletas são oriundos das categorias inferiores do clube, o que valoriza ainda mais os trabalhos sendo realizados pela direção. Sobretudo, não são apenas as conquistas que definem o trabalho em um ano, e sim, a superação, a entrega dos atletas visando um único objetivo, crescer e evoluir cada vez mais para que o Farrapos continue progredindo, desde as categorias inferiores até o profissional.