Costelão Colorado em Bento no dia 08 de dezembro
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8 dias atrás
"Cantar o hino, estar ao lado dos melhores jogadores, para um atleta, é o auge da carreira", assim descreveu Maurício Canterle, atleta do Farrapos, que teve a oportunidade de fazer parte da Seleção Brasileira em um dos momentos mais importantes da história do rugby no Brasil. A segunda gira europeia promovida pela seleção resultou em mais um feito histórico para o rugby nacional, momento que foi vivenciado por três atletas da equipe bento-gonçalvense.
Além de Mauri, capitão do Farrapos, o técnico Javier Cardozo, integrando a comissão técnica, e Angelo Marcucci estiveram presentes na gira europeia da Seleção Brasileira, que foi realizada no mês de novembro. O Brasil enfrentou três grandes seleções do rugby mundial: Alemanha, Bélgica e Espanha. Na gira de amistosos, os Tupis conquistaram a sua primeira vitória em solo europeu, derrotando os belgas, de virada, no segundo confronto do Brasil na Europa.
No primeiro confronto da gira na Europa, o Brasil foi superado pela Alemanha pelo placar de 45 a 12. No confronto seguinte, enfrentando a Bélgica, os Tupis realizaram uma grande atuação, principalmente na segunda etapa, derrotando os donos da casa de virada pelo placar de 23 a 19, conquistando pela primeira vez na história do rugby brasileiro uma vitória sobre uma seleção europeia no velho continente. O resultado positivo, inclusive, colocou o Brasil na 27ª colocação do ranking mundial. Finalizando a gira, o Brasil enfrentou a forte equipe da Espanha, e foi derrotado pelo amplo placar de 67 a 28.
Mauri foi convocado em todos os três confrontos amistosos, sendo titular na partida contra a Espanha, atuando cerca de 30 minutos em campo. Além de conquistar a oportunidade de entrar em campo vestindo a camisa verde e amarela, o atleta bento-gonçalvense pode conhecer sobre como é desenvolvido o rugby nos países europeus. Além disso, Mauri também distribuiu sorissos concedendo fotos e autófrafos à diversas crianças e pessoas apaixonadas pelo esporte.
FML: Qual foi a experiência que você teve em enfrentar fortes seleções e estar junto com a Seleção Brasileira, fazendo parte deste momento tão importante para o rugby brasileiro?
Mauri: Foi uma experiência, para mim a mais importante que tive no rugby na minha vida, foi uma experiência única, de grande aprendizado. Jogar nesse nível não tem comparação com o que a gente joga hoje no Brasil. Todos os adversários que enfrentamos estavam acima da gente no ranking e nós já esperávamos que os jogos seriam bem difíceis. Não ganhamos todos os jogos, sabíamos das fortalezas de cada equipe, mas acabamos ganhando um jogo contra a Bélgica que foi um feito histórico para o rugby brasileiro.
FML: O que essa experiência agregou à sua carreira?
Mauri: O que agrega é a ambição de buscar alguma coisa melhor agora. Foi bom entrar nesse nível para poder se testar e ver qual é o nível que a gente pode chegar. O que mais agregou foi sem dúvida a vontade de treinar mais, de melhorar mais para conseguir ter mais momentos desses.
FML: Qual foi o sentimento em ser titular pela primeira vez pela Seleção Brasileira, podendo enfrentar uma forte seleção como a Espanha?
Mauri: Fiquei muito feliz. No primeiro jogo não esperava ficar entre os 23 convocados. Continuei treinando muito forte com todo o grupo. No segundo jogo também acabei não entrando e no último jogo aí que o técnico falou que eu ia sair jogando, daí fiquei mais feliz ainda. É um sentimento que não tem como explicar, de viver esse momento, estar lá, cantar o hino, estar ao lado dos melhores jogadores junto contigo, para um atleta, é o auge da carreira. Agora é trabalhar para poder ter novos momentos como esse.
FML: Qual é a principal diferença quanto à estrutura, organização e o envolvimento com o rugby que você notou durante este período na Europa?
Mauri: Pelo fato de os clubes e o esporte lá ser difundido a mais tempo, as estruturas são mais organizadas. Hoje o Farrapos tem uma estrutura que é bem similar à algumas que a gente visitou. Com pouco tempo que a gente tem, o Farrapos possui uma estrutura similar. O tratamento que se tinha com a Seleção Brasileira quando chegava nos locais é diferente que no Brasil. Lá parece que eles davam muito mais valor para nós em comparação no Brasil. Isso foi muito bacana, a gente chegava no estádio, vinha as crianças bater foto, pedir autógrafo, nos aplaudiam, coisa que no Brasil não acontecem, e essa é uma coisa que ficou bem marcado.