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Gustavo Rech: "O futebol americano precisa dar um passo à profissionalização"

Head Coach do Bento Snakes falou sobre a preparação da sua equipe para o segundo semestre e sobre o Gigante Bowl

  1. Publicado em 16/06/2016
Gustavo Rech: "O futebol americano precisa dar um passo à profissionalização" Foto: Kévin Sganzerla

Véspera de um dos eventos mais esperados do futebol americano gaúcho, o Gigante Bowl chega para expandir as fronteiras do esporte que mais cresce no país. Mesmo com a eliminação ainda na primeira fase, o Bento Snakes segue seus preparatórios de forma intensa visando a competição nacional no segundo semestre de 2016. 

Com mudanças significativas nos trabalhos e com uma evolução considerável do elenco da equipe de Bento, Gustavo Rech comentou acerca dos treinamentos, da avaliação da equipe na disputa do Campeonato Gaúcho e do que se pode esperar da equipe nos próximos desafios que estão chegando. Além disso, o Head Coach comentou também sobre a final do Campeonato Gaúcho de Futebol Americano, o Gigante Bowl que será realizado neste sábado, dia 18, no Estádio Beira-Rio em Porto Alegre, falando sobre a importância do evento e do que precisa ser aproveitado dele para melhorias futuras na competição gaúcha. E ele já tem seu favorito para conquistar o título, a equipe do Juventude F.A.

Gustavo também falou sobre o Tryout realizado para integrar mais atletas ao elenco do clube/Foto: Kévin Sganzerla

FML: Como foi a experiência do Bento Snakes em atuar pela primeira vez em uma competição oficial?

Gustavo Rech: "A experiência foi incrível, dentro do nosso planejamento esperávamos que nosso desempenho seria bom, mas não ao ponto do que a gente imaginou, de chegar na última rodada com chances de classificação, um time iniciante que estava pouco menos de um ano e três meses de treinamentos, então ficamos muito felizes. Óbvio que a frustração fica porque poderíamos ter saído com a vitória na última rodada e com a classificação, nós perdemos nossa classificação em detalhes, mas que é uma questão de maturidade. Acho que depois do Campeonato Gaúcho nós tivemos uma mudança muito grande, a própria reavaliação do projeto foi feita, e fez com que a gente mudasse algumas coisas, principalmente a questão mais disciplinar, e isso é um processo necessário para o andamento do projeto e torço que essa mudança de pensamento, de etapa do time se reflita no Campeonato Brasileiro que nós vamos disputar. É um campeonato extremamente difícil, com equipes muito mais qualificadas que o campeonato estadual e estamos querendo testar a nossa equipe. Precisamos ter esse enfrentamento para as evoluções e o amadurecimento da equipe serem mais rápidos."

FML: O que mudou nos trabalhos e nos treinamentos em comparação ao primeiro semestre? 

Gustavo Rech: "Primeiramente mudamos a cara da comissão técnica, porque antes era eu e a Daiane que coordenava o ataque e o Kleber Colla que era o técnico da defesa. Então mudamos estrategicamente a ramificação da comissão técnica, fica o Head Coach, fica o coordenador defensivo, mas a gente ganha coordenadores específicos, por exemplo, o ataque agora conta com quatro coordenadores específicos e cada posição tem seu coordenador, na defesa a mesma coisa. O Colla coordena a defesa como um todo e tem os coordenadores defensivos que são mais três, com isso ganhamos um pouco mais de representatividade dentro da comissão, ela abre um pouco mais o seu leque, ganha uma maior flexibilização, mas em compensação a cobrança é maior. Trocamos o horário do treino da quarta-feira, treinamos agora a partir das 10h30, propiciando para aqueles atletas que tem aula ou compromissos, possam treinar também. São mudanças assim e de pensamento e estamos querendo que os atletas se dediquem em tempo integral ao futebol americano."

FML: Qual é a sua avaliação acerca da seletiva realizada pela direção e qual é a importância de um número significativamente grande de atletas para as competições?

Gustavo Rech: "Futebol Americano, se pegarmos especificamente são 33 atletas titulares, e precisamos para esses, os reservas, então, em números, são entre 60 e 70 atletas o ideal. Como acabamos perdendo atletas por conta de viagens, compromissos, trabalho, lesões, precisamos ter esse reforço. O tryout que realizamos foi muito produtivo, não tivemos um número grande de atletas mas pelo número que tivemos, aqueles que realmente queriam integrar o grupo estão aqui treinando. São atletas que foram selecionados à dedo, houve uma seleção muito forte, e os melhores já estão treinando com a gente. São jogadores muito bons, alguns já entram quase jogando pelo nível e pela qualidade, mas essa é a validade, fazer a seletiva e trazer atletas para integrar o elenco do time."

FML: O que se pode esperar da equipe do Bento Snakes no segundo semestre, atuando em uma competição a nível nacional?

Gustavo Rech: "A torcida pode esperar um time muito mais experiente, muito mais competitivo e muito mais robusto. O gelo da inesperiência, de não ter jogado, tudo isso quebramos com o Campeoanto Gaúcho. Agora precisamos colher os frutos e aprimorar o que a gente já fez de melhor e corrigir aquilo que erramos. A comunidade de Bento pode esperar um time muito mais competitivo."

FML: Sobre o Gigante Bowl, qual é a representividade desse evento e o que ele traz para o Futebol Americano do estado? 

Gustavo Rech: "O Gigante Bowl veio justamente para ser essa separação. Até esse momento o futebol americano é uma promessa, é o esporte coletivo que mais cresce no Brasil, porém eu tenho uma preocupação quanto a isso. Eu acho que o Gigante Bowl precisa ser uma experiência positiva, porque não adiante ter um grande evento e no Campeonato Gaúcho do ano que vem ter os mesmos problemas, por exemplo, os atletas tendo que bancar quase que 80% do que o time necessita, precisamos ter uma Federação Gaúcha mais forte, mais fortalecida, com patrocínios, e onerando menos os clubes gaúchos. Eu acho que se o Gigante Bowl vier e ter esse efeito, fortalecendo os times, fortalecendo a Federação Gaúcha, se torna produtivo, porém se voltarmos a ter um Campeonato Gaúcho ano que vem igual aos moldes que tivemos nesta edição, infelizmente a gente dá um passo para trás, porque não profissionalizamos nunca, continuaremos sendo um esporte amador, e a minha preocupação é justamente essa. Hoje o atleta que entra no clube, ele paga mensalidade, ele paga as viagens, ele paga a maioria das coisas para o clube se manter e se sustentar, infelizmente essa é a realidade, e precisamos mudar isso. O futebol americano precisa dar um passo à profissionalização, não só na questão da qualidade dos atletas, mas em termos de estrutura, precisamos crescer, evoluir, e tomara que o Gigante Bowl tenha esse papel dentro do estado. Eu desejo que esse evento traga benefícios para o futebol americano no estado, essa é a minha preocupação, que as pessoas que estão gerindo o esporte tenham essa visão, a profissionalização."

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