Diversas entidades benevolentes beneficiárias da lei de incentivo ao esporte - Pró-Esporte estão sendo ameaças por conta de certos indignos e desonestos de nossa política, fazendo com que milhares de crianças e adolescentes envolvidas com os projetos sejam obrigadas a "pagar o preço" por causa da corrupção, sendo significativamente prejudicadas. Porém, os projetos em vigor sustentados pelo Pró-Esporte não se limitam ao esporte, muito pelo contrário. O lazer, a educação, a inclusão e o desenvolvimento de crianças de todas as classes socias também fazem parte do repertório de diversos projetos que visam, sobretudo, a transformação da sociedade. 

A suspensão desse programa, o qual obteve um dos maiores êxitos sancionado no governo Tarso Genro, em plenas Olimpíadas do Rio 2016 refletem um retrocesso ao incentivo ao esporte no estado. O projeto que impulsiona diversas modalidades desportivas e paradesportivas, dentre elas, judô, vôlei, atletismo, tênis, entre outras, a maioria delas longe de serem contempladas com patrocínios como no futebol, está sendo colocado em dúvida no segundo semestre do ano, correndo o sério risco de não ser retomado, impossibilitando diversas entidades de dar continuação aos seus projetos de transformação social. 

O Pró-Esporte foi aberto no último mês de maio, o qual disponibilizaria um limite global de R$ 18 milhões em benefícios fiscais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para patrocínio de projetos esportivos. Por conta de denúncias e irregularidades investigadas pelo Ministério Público, descobriu-se esquemas de propinas para liberar recursos públicos. Como resultado nas investigações, o governo gaúcho decidiu suspender o segundo edital do programa Pró-Esporte por tempo indeterminado. 

Com o programa "trancado", não podendo mais receber projetos temporariamente, várias instituições correm o risco de ter suas atividades cessadas, como é o caso do Bento Vôlei. A equipe de Bento, a qual está confirmada no Campeonato Gaúcho de Vôlei de 2016, espera que o governador Ivo Sartori cumpra com suas palavras para que a equipe possa participar da Superliga 2016-2017, caso contrário, tanto a sua participação na competição nacional, bem como suas categorias de base, podem ficar comprometidas. 

Esperam-se que essas instituições que atendem milhares de crianças e adolescentes através do esporte não sejam prejudicadas por conta da irresponsabilidade de poucos. Um país que recebeu de braços abertos o maior evento esportivo do mundo não pode virar as costas para o esporte dessa forma. O esporte, acima de tudo, é um instrumento propício para a transformação de nossa sociedade. Talvez não seja a coisa mais importante frisada em um governo, mas deixá-lo de lado em um momento onde o esporte é o centro da atenção, não ajudará em nada em nosso desenvolvimento.