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Futebol no segundo semestre: uma faca de dois gumes

  1. Por Kévin Sganzerla

  2. Publicado em 12/07/2016

Fazer futebol no segundo semestre é viável? Pode-se dizer que sim, tem suas vantagens, mas atualmente, o aspecto positivo de manter o departamento de futebol em funcionamento para atuar nas competições propostas pela federação tem se anulado. O Esportivo, semana passada, confirmou oficialmente a sua não participação da Copa FGF, direcionando o seu foco para questões administrativas do clube, opção que deixou alguns torcedores entristecidos. 

O calendário do futebol gaúcho tem se mostrado significativamente inviável nos últimos anos e, depois do congresso técnico realizado na última segunda-feira, dia 11, pode-se concluir que tende a  piorar gradativamente a situação. Mesmo com um número bom de participantes, a competição do segundo semestre mostrou-se mais uma vez pouco atrativa para os clubes, podendo até o dia 18, prazo para os clubes confirmarem participação na Copa FGF, diminuir consideravelmente esse número. Não só pelo formato, o campeonato também tem se mostrado muito pouco atrativo por conta da falta de organização vista nos últimos anos, principalmente com a falta de cumprimentos básicos exigidos por lei. Além disso, os públicos na maioria dos jogos beiram ao pífio, causando mais prejuízos do que propriamente benefícios para os clubes. 

Dentre um dos poucos motivos positivos de atuar no segundo semestre, entre eles estão a montagem de uma espinha dorsal para a equipe que disputará as competições do primeiro semestre do ano de 2017, manter o futebol ativo para os torcedores e possivelmente conquistar uma vaga para a Copa do Brasil. Em contrapartida, corre o risco de ficar sem recursos para a formação de um elenco competitivo no próximo ano, além de poder aumentar as dívidas do clube. Por esses motivos que o Esportivo optou por resguardar seus recursos com o objetivo de focar em questões administrativas que possam ajudar o clube a evoluir internamente quanto na sua organização e no seu planejamento com base nas limitações do clube. 

Porém, o principal motivo talvez nem seja questões financeiras, mas sim a inviabilidade de participar dessa competição que não possui nenhum atrativo significativo para os clubes, principalmente para aqueles que disputarão a Divisão de Acesso e que visam subir para a elite do futebol gaúcho, como é o caso do Esportivo. De 2010 para o ano atual, o Esportivo atuou duas vezes no segundo semestre. Em 2011, não conquistou sequer uma vitória, e em 2014, o Alviazul conseguiu realizar grandes atuações, porém pouco do elenco do segundo semestre foi aproveitado no ano seguinte e limitou consideravelmente o clube financeiramente para a montagem do elenco. 

Atualmente, a falta de atrativos está deteriorando o futebol do interior gaúcho, ferindo não só os clubes, mas também milhares de jogadores que ficam sem clubes durante metade do ano por conta de um calendário totalmente incapacitado e precário. Por conta disso, a opção vantajosa que os clubes como o Esportivo procuram é conservar suas forças para que as chances de acesso aumentem no próximo ano.